Suzana Schulhan Lopes

Talvez uma liberdade agridoce... Suave e voraz. Um só ser, ser literário, ser livre, ser livro, ser palavra, ser imagem, vertigem. Tomando força numa tal proporção que a delicadeza chega a ferir.

E agora, com vocês, um poema que acolhe os passarinhos que vivem dentro de nós. Suzana e seu céu interno:

BEM COMO

Como um pássaro
estou sozinha sem que alguém possa me ajudar
Como um pássaro
eu preciso esperar

Eu como um pássaro
E aqui dentro de mim
Não há fim
Onde ele voa

O céu arrisca se comparar
com a mente
minha
Uma vez grande
E talvez sozinha

Um ninho
pro passarinho
que canta
e com seu choro bem-te-vi e tantos outros bens
disfarça sua dor
E há quem ache cor
Quem ache bonito
E até quem ache graça

Suzana Schulhan Lopes


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direção e edição: Marcelo Vinci
direção de fotografia: Jeremias Nunes
assistente de direção: Raul Carvalho
design sonoro: Bruno Begot
produção: Thais Alves
assistente de produção: Suzana Schulhan Lopes
trilha sonora: John Cage - Six Melodies
agradecimentos: Memorial da América Latina, Socorro Amoras, Roberta Leão